Piranhas, Cânion do Xingó, Rota do Cangaço e Paulo Afonso

Piranhas foi uma surpresa agradabilíssima. Apesar de um Grande Amigo, Sebastião, tê-la me indicado, é preciso dizer que superou e muito as minhas expectativas. Com um Centro Histórico muito agradável, Piranhas ainda serve de base para dois Passeios incríveis do interior do Nordeste: o “Cânion do Xingó” e “A Rota do Cangaço”. Esse post merece ser lido e visto com atenção porque, além de poder verificar o quanto esse lugar é imperdível, verá lindas fotos.

Estive por lá com minha Irmã Araunã e meu Irmão Alexandre, numa Viagem incrível pelo Sertão Nordestino com mais de 2.500 Km rodados.

Localizada em Alagoas, a cidade de Piranhas tem cerca de 25.000 habitantes e é banhada pelo Rio São Francisco. No início era conhecida como “Tapera”. Existem algumas Lendas sobre o motivo da mudança do nome, sendo o mais confiável a de que veio dos Índios que viviam a beira do Rio e chamavam o lugar de “Pira ai”, que significa Peixe Tesoura.

O Arraial de Piranhas data do Século XVIII. Por ali duas Famílias foram dominantes: os Feitosa; e os Alves.

O estabelecimento da navegação a vapor, em agosto de 1867, fazendo o percurso Penedo-Piranhas, veio dar novo impulso ao município. Entretanto, o maior fator de desenvolvimento deve-se à construção da Estrada de Ferro Paulo Afonso, em 1881, fazendo o percurso de Piranhas à Jatobá, no estado de Pernambuco.

O distrito de Piranhas foi elevado à categoria de Vila em 3 de junho de 1887.

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Piranhas ficou nacionalmente conhecida por conta do Cangaço. Sediou um combate épico entre um de seus moradores, Seu Chiquinho Rodrigues e um Cangaceiro do bando de Lampião. O tiroteio entre o aludido habitante de Piranhas e o famigerado bando marcou singularmente os valores nordestinos de Honra, Fé, Amor à Família.

Tendo chegado a notícia que um dos bandos de Lampião havia invadido a cidade e faria atrocidades por onde passasse, os moradores da cidade abandonaram-na em retirada urgente, exceto Seu Chiquinho Rodrigues, pois sua Esposa, Helenira Rodrigues, estava em repouso da Gravidez da primeira Filha do Casal. Movido pelo amor à família e um fundamental valor de honra, Seu Chiquinho armou-se com seu rifle e muita munição e se colocou a espera do Bando de Lampião na sacada de sua casa, sozinho. Quando o primeiro dos Cangaceiros apontou, iniciou-se o tiroteio, marcado pela Coragem de um cidadão que ousara enfrentar um dos mais temidos bandos, em defesa da integridade física e moral de sua Esposa. Dentro da Casa, um Sobrado dos Rodrigues, a cena era a seguinte: 1) na varanda, Seu Chiquinho, munido com seu rifle, enfrentava o Bando de Lampião; 2) no quarto, D. Helenira Rodrigues, buscava refúgio em sua Fé, recitando o Rosário e suplicando a ajuda de Deus, com orações dirigidas à Virgem Maria. O tiroteio estendeu-se e só se encerraria quando o bando, tendo perdas e vendo não conseguir invadir a cidade, desistira do embate e pulou fora. Venceu a Virtude Nordestina de defender o valor da família ainda que em situações de grande dificuldade, buscando também o reforço da Fé.

Curiosamente, Lampião repreendeu seu Bando por ter invadido uma cidade cuja Padroeira era Nossa Senhora da Saúde, a Santa que era devoto. Diante do feito histórico, Seu Chiquinho Rodrigues foi presenteado pelo Exército Brasileiro com dois rifles de exclusividade das Forças Armadas, um dos quais foi recebido e o outro doado de volta ao Exército como forma de demonstrar seu amor à Pátria Mãe. Continuar lendo “Piranhas, Cânion do Xingó, Rota do Cangaço e Paulo Afonso”